Despedida

Fortaleza
VILA UNIÃO
Moradores se despedem de irmã que realizava trabalho social


O clima era de comoção entre alunos, funcionários do Lar da CriançaA tristeza tomou conta dos moradores da rua Helvécio Monte, na Vila União, na tarde de ontem. O motivo foi a passagem do cortejo com o corpo da irmã salesiana Petronilla Isonni, 87, em frente ao Lar da Criança Domingos Sávio, estabelecimento fundado pela religiosa, que morreu na noite da última segunda-feira, 19, no hospital Gênesis, vítima de falência múltipla dos órgãos. Ela estava internada há uma semana no local. Alunos, funcionários da escola, pais e pessoas da vizinhança choravam, ao mesmo tempo em que era entoada a música "Amigos para Sempre". No local foi rezada uma Ave Maria. Antes de ser conduzido à rua Helvécio Monte, o corpo de irmã Petronilla foi velado na sede da Casa Irmã Maria Tereza Ambrósio, na rua professor Vicente Silveira, 901, no mesmo bairro. Do local, o cortejo saiu seguido por vários veículos, entre os quais os de duas comunidades salesianas no interior do Estado, Aracati e Baturité. Ao chegar em frente ao Lar da Criança Domingos Sávio, as pessoas concentradas no local aplaudiram e gritaram vivas para a religiosa, que saudaram como alguém que dedicou a vida às crianças carentes da comunidade. "Ela era só bondade. Só em ter fundado esse lar para os filhos da gente", disse chorando a dona-de-casa Maria Lúcia Magalhães. De origem italiana, irmã Petronilla Isonni estava no Brasil há 56 anos. No País, trabalhou inicialmente nas Missões da Amazônia, antes de vir para o Ceará. O Lar da Criança Domingos Sábio, iniciativa dela, foi criado em 9 de março de 1988. Na época, atuando como catequista da paróquia do bairro, ela se sensibilizou com a situação educacional das crianças, que apresentavam altos índices de repetência e dificuldade de aprendizagem. Diante do problema, a religiosa deu início a um mutirão para a compra de um terreno, onde pudesse construir um local para receber os alunos que precisavam de ajuda. A mobilização envolveu doações, bingos, rifas e outras promoções, e assim o terreno foi comprado em 1983. Erguido o prédio, a religiosa continuou em busca de doações, trabalho que conforme o testemunho da comunidade, ela deu continuidade mesmo quando já estava doente. No local é oferecido reforço escolar, educação religiosa, catequese e alfabetização para adultos no período noturno. O enterro da freira foi realizado às 16 horas, no Cemitério São João Batista, no bairro Jacarecanga.

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